Dia desses, assistindo ao vídeo do depoimento do ex-presidente Lula ao juiz Sérgio Moro, notei que o ex-mandatário, toda vez que jogava na conta da falecida esposa a responsabilidade pelos assuntos relacionados ao tal triplex do Guarujá, chamava-a de Dona Marisa. Às vezes Dona Marisa Letícia. Sua esposa por sei lá quantos anos, mas sempre “Dona”.
Continue lendo “Dona!!!!!?”Categoria: Causos
Um causo de japonês.
Pra quem não sabia, a cidade de Registro, no litoral sul de São Paulo, foi “colonizada” por japoneses, que chegaram e se estabeleceram por lá na primeira metade do século passado. Uma gente trabalhadora e donos de um conceito muito arraigado de honra e ética, que se dedicou à agricultura – especialmente ao cultivo de chá. A maioria deles com muito sucesso.
Talvez em parte graças a essa influência positiva, Registro se tornou a cidade do litoral que mais se desenvolveu.
Pois contam que esta história, inocente e tétrica, aconteceu por lá, aí por volta dos anos 1950 ou 1960.
Mundo de m…! Parte I
Aconteceu em Piracicaba, terra de cana, cachaça e gozadores. Se aconteceu mesmo, não garanto. Vendo o peixe do mesmo jeito que “pesquei”, numa roda de prosa, cerveja e pintado na brasa no restaurante Mirante, na época do Carlinhos.
Todo final de semana, cada vez na chácara de um, se reunia um grupo dos mais democráticos de que já se ouviu falar: empresários de mais ou de menos sucesso, pedreiros, lavradores, pescadores e caçadores (e outros mentirosos), dentistas e médicos e por aí ia…
Mundo de m…! Parte II
Para melhor entender a história, leia antes o causo “Mundo de m…! Parte I”.
Nas tais reuniões de final de semana, uma figura sempre presente era o Carcaça. Grande gozador e tirador de sarro da desgraça alheia, o Carcaça ganhou esse apelido por ser mais feio que a necessidade na casa de pobre. Contam as más-línguas, e olha que em Piracicaba elas são muitas!, que desde pequenininho, o Carcaça já era tão feio, mas tão feio, que tiveram que amarrar a sua mãe, para que ela o amamentasse!
Mas, como dizem no interior, feiúra não é defeito, é sina.
Genética avançada.
Seu Pedro era uma pessoa dessas de muito boa índole, muito simples, pouco estudo – só até a metade do ginasial – mas de uma sabedoria bem caapora. Contam que certa feita seu Pedro teve que ir pra capital, para bem chorar um morto, amigo de longa data e acompanhar o enterro do dito. Fazia muito tempo, anos, que o caipira não saía de sua cidadezinha, perdida lá pras bandas de Dourados, terra de bicho, boiadeiro e pescador.
Continue lendo “Genética avançada.”Briga de galo.
Este causo deve ter acontecido ali por perto de Cerquilho, Tietê…
Contam que, uns 50 e tantos anos atrás, por ali rolava muita briga de galos – as famosas rinhas. O então presidente Jânio Quadros, além de estabelecer relações com Cuba (foi ele!) e proibir o biquini (é mole?), até que tentou acabar com as rinhas, mas só conseguiu mesmo levar os torneios para a clandestinidade.
Em Minas, chegou a mandar prender quem promovia e apostava nas brigas e até mandou capturar os galos, que viraram ensopado para os presidiários do estado.
Reservado…
Domingão, onze horas da manhã, um sol de rachar taquara no brejo, no monumental campo de futebol do lado de lá da ponte, lotação de duas mil e quinhentas almas totalmente esgotada, mais uns tantos em cima da ponte mesmo, para assistir ao clássico futebolístico Panteras Futebol Clube (de Juquiá) X Esporte Clube (de Jacareacanga).
Continue lendo “Reservado…”Além das alpargatas…
Quem me contou este causo foi um velho amigo – nos dois sentidos: somos ambos velhos e nos conhecemos há muito tempo.
Dizia ele que ouviu o causo do avô, morador de tempos idos, lá pras bandas de Campos, interior do Rio.
Na – então – vila morava e pelejava um escultor de nome Justino, artista dos bons que, como todos os verdadeiros, vivia numa miséria de dar dó. Se mantinha plantando uma bela horta, cuja colheita vendia semanalmente na pracinha central.
Bom dia.
Meados dos anos cinquenta, sessenta, interiorzão do Brasil, coisas como pedofilia, estupro e que tais não prosperavam. Fosse quem fosse o criminoso, o próprio pessoal da cidade, com o discreto apoio do delegado, dava um jeito de providenciar que o sujeito nunca mais repetisse o “feito”.
Isto posto, vamos ao causo…
Solteira da cidadezinha.
A moça era nova na cidade. Tinha ido a convite do prefeito para dar um curso de corte e costura para a mulherada da cidadezinha. Pago do próprio bolso, dizia o prefeito. Como ia ter que ficar alguns dias, foi até a venda do seu Tamada comprar umas coisinhas que não tinha trazido.
Continue lendo “Solteira da cidadezinha.”